O futebol de mesa foi destaque no
Esporte Ágil, site de notícias dedicado à cobertura de eventos esportivos em Mato Grosso do Sul.
Confira o teor da entrevista concedida pelo presidente da Fefumems, Hélder Rafael:
------------------
Hélder Rafael é jornalista, mas também preside uma Federação inusitada. É a Fefumems (Federação de Futebol de Mesa de Mato Grosso do Sul), responsável por organizar a modalidade no Estado. Embora pareça apenas brincadeira de criança, a entidade tem levado o trabalho a sério.
Hélder contou ao site Esporte Ágil sobre os detalhes e curiosidades do esporte, regras, e os destaques do Mato Grosso do Sul entre os botonistas.
Esporte Ágil - Como conheceu o Futebol de Mesa e qual foi o diferencial dele pra outros esportes que te fizeram praticá-lo?
Hélder Rafael - Conheci o futebol de mesa ainda na infância, lá pelos meus 7 ou 8 anos. Eu morava em Porto Alegre e muitas crianças do bairro jogavam botão. Era fácil encontrar amigos com quem brincar. Desde pequeno sempre fui muito ligado em esportes, principalmente futebol.
O grande diferencial do futebol de mesa é ser um jogo barato, acessível, de fácil aprendizado e que proporciona horas de diversão. E quem curte mesmo o jogo não abandona nunca essa paixão. Tanto eu como muitos de meus colegas jogadores carregam até hoje os botões que colecionaram na infância.
EA - Comparadas as do Futebol de Campo, como são as regras do Futebol de Mesa? Parecidas?
HR - De um modo geral, o futebol de mesa procura ser uma representação fiel do futebol de campo, mas tem suas próprias adaptações. Todas as regras básicas do futebol real estão presentes na versão de mesa, como lateral, escanteio, tiro de meta, faltas, gols e até expulsões. É claro que devido à natureza dos botões e à dimensão do campo de jogo, algumas adaptações são necessárias para que a partida ocorra. Um exemplo disso está na limitação do número de toques (ou passes) que a pessoa pode efetuar com o botão. Essas mudanças ajudam a tornar o jogo dinâmico e atrativo.
EA - Como você vê o atual cenário (nível técnico, número de praticantes, organização de campeonatos) da modalidade no MS?
HR - Percebo que o nível técnico dos nossos jogadores é bastante elevado, tendo em vista que a modalidade começou a ser praticada de uma maneira organizada há menos de dois anos. Exemplo disso foi a participação de seis jogadores no Campeonato Brasileiro individual da regra dadinho, em outubro passado em Curitiba (PR). Entre 48 competidores, nossas melhores colocações foram 9º e 14º lugares. Aquele campeonato foi o primeiro em nível nacional que jogadores representando Mato Grosso do Sul participaram.
Com relação ao número de praticantes, temos um grupo numeroso de jogadores presentes a cada campeonato promovido pela Federação. O ranking de 2012 chegou a contar com 33 jogadores, ou seja, pessoas que compareceram pelo menos a um torneio durante o ano. É claro que a Federação está sempre trabalhando para divulgar a modalidade e atrair mais praticantes. Para isso, temos promovido diversas ações de divulgação, como exibições em locais públicos de grande movimentação (shoppings, parques e clubes). Temos grande prazer em ensinar aos novos praticantes as regras do nosso esporte.
Quanto à organização de campeonatos em nível local, a diretoria da Federação elaborou no início do ano um calendário de competições ao longo de 2013. Fecharemos o ano com 19 campeonatos nas regras Dadinho e 12 Toques. Acreditamos que a quantidade de eventos é compatível com a demanda e o interesse dos praticantes.
EA - Quem são os principais destaques do Futebol de Mesa no Estado? Também são destaques no cenário nacional?
HR - Os dois competidores que ficaram em 9º e 14º lugares no Brasileiro Individual em Curitiba, no ano passado, são considerados pelos rivais como os feras do futebol de mesa. Roberto Giolo e Rodrigo Goulart, respectivamente, são os atuais campeão e vice estaduais da regra dadinho. Além deles, temos vários outros que se destacam nos últimos tempos com conquista de etapas e lideranças provisórias de ranking. Tenho certeza que em breve teremos mais jogadores sendo destaque em nível nacional.
EA - Como se deu a criação da Fefumems?
HR - A Federação foi criada em 2012 a partir da necessidade que os jogadores sentiram de tornar a prática do esporte uma coisa permanente em nosso Estado, já que até então não existia nada oficial. Quando começamos a reunir pessoas informalmente para jogar e promover campeonatos, no segundo semestre de 2011, percebemos uma resposta bastante positiva de todos os envolvidos. O futebol de mesa é realmente um esporte apaixonante, que vai além da simples disputa para ver quem é o melhor. O jogo de botão é um meio de cultivar amizades. Isso foi determinante no processo de criação da entidade.
Quando decidimos criar a Federação, saímos em busca do apoio dos clubes que seriam os fundadores formais da entidade. Ficamos positivamente surpresos com a receptividade dos presidentes de clubes que nos receberam e prontamente apoiaram a ideia. Hoje a Federação é formada por seis clubes: Círculo Militar, Comercial-MS, Cene, Operário-MS, Escola de Futebol do São Paulo e Associação dos Empregados da Embrapa. A federação está de portas abertas a clubes e empresas que tenham interesse em apoiar o esporte e participar conosco.
EA - Como é o incentivo público à modalidade? É suficiente? E o privado?
HR - Juntos, o poder público e a iniciativa privada ajudam a desenvolver a modalidade. Exemplos recentes de ajuda do poder público foram a cessão, por parte da Fundação Municipal de Esporte, de uma sala no ginásio Guanandizão para ser usada como sede administrativa; e a doação de troféus e medalhas por parte da Fundação Estadual do Desporto e Lazer (Fundesporte). Empresários do comércio também já doaram troféus e medalhas, e, além disso, temos dezenas de jogadores federados que contribuem financeiramente com a Federação. Nossa entidade ainda é pequena, mas trabalhamos sempre com vistas a expandir a prática do esporte para todo o estado.
EA - Quais são os planos futuros da Fefumems?
HR - Um dos nos nossos principais planos já está em curso: realizaremos em outubro o 5º Campeonato Brasileiro individual de futebol de mesa da regra dadinho. Esperamos receber jogadores de várias partes do país em um evento inédito e de altíssimo nível aqui no Estado.
Também pretendemos levar o futebol de mesa ao interior. Sabemos que há pessoas interessadas em Dourados, Três Lagoas, Corumbá e Sidrolândia. A página da Federação na internet e a fan page do Facebook são nossos principais canais de contato, onde as pessoas podem nos escrever e falar do interesse em praticar.
EA - Futebol de Mesa como modalidade olímpica?
HR - As Olimpíadas têm uma conotação mais atlética, acredito que o futebol de mesa não se aplica a esse caso.